Como Deixar de Ser Perfeccionista: 5 Dicas Práticas Para Você Conseguir Vencer o Desejo de Perfeição

Sentir frustração quando algo não sai à altura de suas altas expectativas pode ser exaustivo, não é mesmo?

Você se pega frequentemente comparando sua vida com a dos outros, imaginando como ela poderia ser se fosse “perfeita”?

E ao redor, parece que ninguém atinge o padrão de excelência que você estabeleceu?

Entendo essa sensação muito bem.

O perfeccionismo foi um companheiro constante em minha jornada.

Mas, ao me deparar com a necessidade de aliviar essa carga, mergulhei na busca por soluções.

Viver na sombra do perfeccionismo pode trazer uma série de desafios, incluindo ansiedade, depressão e problemas com a alimentação.

A ilusão da perfeição pode ser um fardo que estraga a vida em todas as suas dimensões.

Portanto, é fundamental aprender a soltar as rédeas do perfeccionismo e permitir-se uma existência autêntica, com espaço para falhas e aprendizados.

Não gerenciar essa busca incessante pela perfeição pode levar a uma vida marcada pela insatisfação e isolamento.

Se você reconhece em si mesmo a tendência ao perfeccionismo, este artigo é para você.

Estou aqui para compartilhar cinco estratégias eficazes para amenizar o perfeccionismo e conquistar uma vida mais serena e gratificante.

Continue lendo e prepare-se para aprender de uma vez por todas como deixar de ser perfeccionista.

Como Deixar de Ser Perfeccionista

O Que Significa o Perfeccionismo?

O que realmente significa ser um perfeccionista?

Frequentemente, as pessoas questionam a natureza do perfeccionismo.

Uma espiada no dicionário revela que perfeccionismo é a propensão para se dedicar obstinadamente à perfeição.

Linda Blair, psicóloga clínica, em suas palavras para o The Guardian, define um perfeccionista como alguém que aspira incansavelmente à perfeição em tudo que cria, realiza ou executa.

Esta pessoa geralmente tem dificuldade em confiar tarefas a outros, arriscando sua saúde, relacionamentos e bem-estar em nome da obtenção do resultado “perfeito”.

Do ponto de vista da psicologia, perfeccionismo é reconhecido como uma característica de personalidade que envolve o compromisso com a perfeição e a definição de padrões elevados de desempenho.

Esse traço é frequentemente acompanhado por uma autocrítica rigorosa e uma preocupação constante com o julgamento alheio.

Será que você se vê refletido nestas descrições?

Existem três variantes distintas do perfeccionismo:

  • Perfeccionismo autodirigido: aqui, o perfeccionista impõe a si mesmo a exigência da perfeição.
  • Perfeccionismo dirigido aos outros: nesta modalidade, o perfeccionista espera que os outros atendam a padrões perfeitos.
  • Perfeccionismo socialmente imposto: neste caso, o perfeccionista sente que precisa ser perfeito para ser aceito e valorizado pelos outros.

Perfeccionismo: Benefício ou Obstáculo?

O perfeccionismo possui seus aspectos positivos, funcionando, em doses moderadas, como um elemento benéfico.

Ele pode ser um catalisador de persistência e resiliência, incentivando você a superar obstáculos e desânimo na jornada rumo a objetivos ambiciosos.

Indivíduos que utilizam o perfeccionismo a seu favor, como um estímulo, tendem a concentrar-se mais no sucesso e menos no medo de falhar.

Contudo, o perfeccionismo torna-se contraproducente quando atinge um grau obsessivo.

Na sua forma mais extrema e patológica, o perfeccionismo pode evoluir para uma neurose, trazendo prejuízos significativos à vida do indivíduo.

O perfeccionismo exacerbado pode causar paralisia diante de metas, levando à procrastinação crônica por receio de não fazer as coisas na maneira “ideal”.

Com um padrão perfeccionista rígido, é provável que você se frustre constantemente com as pessoas e com a realidade ao seu redor, que inevitavelmente destoam do seu ideal.

Além disso, o perfeccionismo pode impulsionar um esforço desmedido para ganhar a aceitação alheia.

O resultado é previsível: uma vida marcada pela insatisfação crônica é, inequivocamente, uma vida de infelicidade.

Por isso, é crucial aprender a mitigar o perfeccionismo, abrindo caminho para uma vida mais equilibrada e feliz.

Qual é o Seu Nível de Perfeccionismo?

O perfeccionismo varia em grau e intensidade de pessoa para pessoa.

Considere os seguintes oito comportamentos típicos de um perfeccionista exemplar:

  1. Vê os erros como falhas imperdoáveis e é rápido em corrigi-los, não importa quão pequenos sejam.
  2. Possui instruções precisas para como tudo deve ser feito e luta para colaborar com aqueles que não atendem a essas especificações.
  3. Opera no modo “tudo ou nada”: ou faz algo com perfeição ou prefere não fazer.
  4. É implacavelmente crítico consigo mesmo quando as coisas não saem como planejado.
  5. Sente desânimo ao não alcançar suas metas de perfeição.
  6. Mantém padrões estratosfericamente altos e se apega a eles, mesmo que isso signifique esgotar-se no processo.
  7. Adia ações esperando pelo momento “perfeito”.
  8. Dedica tempo excessivo ao refinamento de detalhes que outros podem considerar triviais.

Você se reconhece em algum desses traços?

Eu mesmo sou um perfeccionista nato e, exceto pelo ponto sete, todos eles me descreviam com precisão.

Minha paixão sempre foi fazer o meu melhor e ser a melhor versão de mim mesmo, o que naturalmente me levava a colocar 110% de esforço em tudo que eu fazia.

No entanto, chegou um ponto em que percebi que essa característica estava me prejudicando mais do que beneficiando.

Foi quando tomei a decisão consciente de mudar.

Dessa forma, falo por experiência própria quando digo que é possível aprender a ser menos perfeccionista.

Como Vencer o Perfeccionismo

É crucial reconhecer que o perfeccionismo, como traço de personalidade, não desaparece facilmente.

Não se trata de uma transformação radical da sua essência, mas de aprender a canalizar o perfeccionismo de maneira construtiva, buscando um estado de equilíbrio.

Abaixo estão delineadas algumas estratégias incrementais para gerenciar o perfeccionismo.

1. Entenda as Causas do Perfeccionismo

Frequentemente, o perfeccionismo mascara questões mais profundas de autoimagem.

Para muitos, o impulso perfeccionista surge de sentimentos entranhados de inferioridade e inadequação, que andam de mãos dadas com uma autoestima vacilante.

Pergunte a si mesmo: você se identifica com essa descrição?

Reconhecer e admitir que esses sentimentos existem não é motivo para vergonha, mas um sinal de coragem.

Ao confrontar e aceitar esses sentimentos, você se posiciona para enfrentar diretamente as causas subjacentes do perfeccionismo.

Então, faça uma introspecção sincera.

Seja honesto consigo mesmo sobre a origem da sua inclinação ao perfeccionismo.

Se no cerne está uma questão de confiança em si mesmo, lembre-se que a autoestima é algo que pode ser fortalecido com o tempo e prática.

Entender a motivação subjacente é essencial para abordar o perfeccionismo de maneira eficaz, pois isso permite que você trate a raiz do problema, em vez de apenas aliviar os sintomas.

2. Permita-se Falhar

Uma força motriz por trás do perfeccionismo é, muitas vezes, o temor de cometer falhas.

Entenda que errar é um elemento humano universal, ninguém está isento disso.

Encare os erros não como falhas, mas como parte integral do processo de aprendizado.

Comece a incorporar falhas de maneira intencional em suas atividades diárias para desafiar seu perfeccionismo.

Ao se expor progressivamente a pequenos erros, você pode reeducar sua mente para aceitar que falhar é normal e que não é o fim do mundo.

Intencionalmente, faça tarefas de maneira menos que perfeita.

O objetivo é reprogramar seu comportamento para tolerar e aceitar a imperfeição.

Combata suas tendências perfeccionistas realizando ações sem o intuito de poli-las ao extremo.

Não estou sugerindo que você adote uma postura negligente ou entregue um trabalho de má qualidade.

Em vez disso, sugiro que você aprenda a discernir quais detalhes são cruciais para o sucesso de uma tarefa e quais são supérfluos, especialmente em contextos onde a perfeição não é crucial.

Praticar essa distinção pode ser particularmente libertador em atividades cotidianas ou projetos pessoais, onde a exigência de perfeição é muitas vezes autoimposta e desnecessária.

3. Abandone o Extremismo “Tudo ou Nada”

Para atenuar o perfeccionismo, é essencial se desvencilhar da mentalidade “tudo ou nada”, também conhecida como mentalidade 8 ou 80.

Essa visão binária – onde só se aceita a perfeição ou se rejeita totalmente a tentativa – apesar de parecer motivadora, é na verdade uma perspectiva que distorce a realidade e impede o crescimento.

Considere que em qualquer campo de atuação, o caminho até o sucesso é pavimentado com inúmeros fracassos e aprendizados.

A verdade é que o progresso é um processo incremental, e não há evolução sem erros.

A busca pela perfeição invariavelmente leva a falhas, as quais não são compatíveis com essa mentalidade extrema.

Essa rigidez pode resultar em frustração e exaustão, tanto física quanto mental, e pode levá-lo a perseguir fantasias inalcançáveis.

Para alcançar grandes objetivos, é preciso persistir, e a persistência implica em falhar, muitas vezes de forma retumbante.

Caso você se apegue ao “tudo ou nada”, poderá nunca compreender que falhar é um aspecto fundamental da trajetória para o sucesso.

Ignorar essa realidade pode ser um grande obstáculo na realização dos seus desejos e ambições.

Para romper com a mentalidade 8 ou 80, adote o princípio de que “feito é melhor que perfeito”, distinguindo-o claramente de “mal feito é melhor do que não feito”.

Concentre-se no progresso contínuo, não na perfeição absoluta.

Prossiga com suas ações.

Se errar, receba o erro com aceitação e tire lições dele.

Dessa maneira, você estará no caminho mais confiável para garantir que, mais cedo ou mais tarde, o sucesso venha a ser uma realidade palpável em sua vida.

4. Desvincule Sua Autoimagem Dos Resultados

Para você, perfeccionista, a ideia de não se agarrar rigidamente aos objetivos pode parecer uma tarefa hercúlea, se não impraticável.

É natural se empenhar intensamente para atingir suas metas.

No entanto, isso não deve levar você a se autodepreciar quando não consegue alcançá-las dentro do prazo que estabeleceu.

Sua identidade é mais ampla e rica do que a soma dos seus sucessos e fracassos.

Não há benefício algum em se autoflagelar por resultados que não correspondem exatamente aos seus planos.

Você pode pensar: “Tudo estava sob meu controle!”

Mas considere que talvez você tenha escolhido um caminho menos eficiente, definido um prazo irrealista, ou sido surpreendido por eventos inesperados.

Não é saudável assumir a responsabilidade absoluta por tudo, pois muitos fatores estão fora do seu controle.

Além do mais, é uma armadilha perigosa acreditar que você é seus objetivos.

Algumas pessoas associam tão fortemente suas metas à sua própria identidade que, ao não atingi-las, sentem como se elas mesmas fossem as falhas.

Imagine um perfeccionista que enfrenta o fracasso de um negócio, uma nota baixa, ou o término de um relacionamento.

Pode ser tentador pensar: “Eu arruinei meu negócio, então sou um fracasso”, “Eu tirei uma nota ruim, logo sou estúpido”, “Eu perdi um amor, então sou um fracassado nos relacionamentos”.

Em todas essas declarações, o perfeccionista assume total responsabilidade, acreditando que deveria ter agido perfeitamente.

O perfeccionista tende a se concentrar no “eu” – eu sou isso, eu sou aquilo.

Essa perspectiva está intrinsecamente relacionada aos dois tipos de mentalidades que as pessoas podem ter.

Para moderar o seu perfeccionismo, é essencial reconhecer que você não é o problema.

Não entrelace sua identidade aos eventos.

Você não é um fracasso, você encontrou um obstáculo.

Essa sutil distinção pode provocar uma transformação significativa em sua percepção.

5. Delegue e Desapegue

Delegar responsabilidades é, frequentemente, um desafio colossal para os perfeccionistas.

Talvez você, como eu já fui, sinta um frio na barriga só de pensar em confiar tarefas a outras mãos.

Se você está em busca de maneiras de lidar com o perfeccionismo, este passo pode parecer particularmente árduo.

Perfeccionistas geralmente não veem o trabalho em equipe como seu ponto forte.

Para muitos, parece mais seguro executar todas as tarefas por conta própria, evitando depender dos outros.

Você pode acreditar que ninguém é capaz de realizar o trabalho da forma que você faz, convencendo-se de que somente você pode fazê-lo corretamente.

E a ideia de ter que treinar alguém pode parecer exaustiva e repleta de complicações.

Mas a verdade é que ao insistir em fazer tudo sozinho, você se sacrifica em várias frentes e acaba se aprisionando.

Sua saúde, relações pessoais, tempo de lazer e, em última análise, sua qualidade de vida sofrem como consequência.

Se você deseja mudar esse cenário, é essencial aprender a identificar o que é prioritário e aceitar que a colaboração é necessária.

Comece considerando as atividades que representam os 20% de seus esforços que produzem 80% dos resultados – concentre-se nessas tarefas.

Evite a armadilha de buscar a perfeição em tarefas de menor importância, que pouco contribuem para seus resultados finais.

Reflexione: quais atividades merecem sua dedicação exclusiva e quais podem ser delegadas?

Procure pessoas competentes para assumir as tarefas secundárias e invista na formação de uma relação de confiança e ensino com elas.

Aprenda a delegar de maneira eficaz: compartilhe sua visão, estabeleça expectativas claras e explique como deseja que as tarefas sejam executadas.

Encoraje seus colaboradores a darem o melhor de si, mas inicialmente, modere suas expectativas.

No começo, pode ser que os resultados não atendam totalmente às suas expectativas e você se sinta tentado a retomar o controle.

É um sentimento compreensível.

No entanto, dê tempo ao tempo.

Reconheça que sua equipe está se adaptando ao seu método e estilo.

É natural que, nas primeiras semanas, surjam dúvidas e pequenos contratempos durante o período de adaptação.

Lembre-se de que essa fase é temporária.

Apesar de um possível retrocesso inicial, a médio e longo prazo, a situação tende a melhorar substancialmente.

Primeiro, você ganhará mais liberdade, em segundo lugar, os colaboradores se aperfeiçoarão na tarefa a ponto de superarem sua própria habilidade inicial.

Conclusão

Entender como deixar de ser perfeccionista pode ser menos intrincado do que se imagina, em especial para você que, dotado da diligência e foco característicos de um perfeccionista, possui ferramentas poderosas ao seu alcance.

A jornada para se desvencilhar das amarras do perfeccionismo requer mais do que compreensão – exige ação decidida e persistente.

Transformar-se em um perfeccionista que vive de forma saudável e equilibrada exige que você enfrente diretamente suas tendências perfeccionistas.

O perfeccionismo não é inerentemente negativo, contudo, torna-se um empecilho quando começa a deteriorar sua qualidade de vida e bem-estar.

Resistir ao impulso do perfeccionismo extremo é crucial para evitar que seu tempo seja consumido por trivialidades, que seus relacionamentos se frustrem sob expectativas irrealistas e que você mesmo se torne cronicamente insatisfeito.

A busca incessante por um estado de perfeição é uma corrida sem linha de chegada, que paradoxalmente pode te afastar de uma vida genuinamente plena e realizada.

É vital reconhecer que, enquanto nada é perfeito, há beleza e crescimento no imperfeito.

Se persistir em um perfeccionismo inflexível, você pode acabar trilhando um caminho de constante descontentamento, onde a alegria de viver é ofuscada pela sombra da insatisfação.

Por isso, encare este momento como uma oportunidade de reavaliação.

Reflita sobre os padrões e expectativas que você estabeleceu para si e para os outros.

Questionar e ajustar esses padrões pode ser o primeiro passo para uma vida mais equilibrada e feliz.

Pergunte-se: quais são as verdadeiras prioridades que irão enriquecer sua existência?

É hora de redefinir o que significa ser “bom o suficiente” e celebrar cada passo dado, não apenas o resultado final.

Ao se permitir navegar pela vida com mais graça e flexibilidade, você não só melhora seu bem-estar emocional e mental, mas também se torna uma inspiração para aqueles ao seu redor.

Afinal, mostrar-se vulnerável e humano pode ter um efeito positivo surpreendente em seu círculo social e profissional.

A vulnerabilidade pode fortalecer as conexões humanas e incentivar os outros a também se libertarem das pressões do perfeccionismo.

E lembre-se: o processo de aprender como deixar de ser perfeccionista não é uma prova de velocidade, mas sim uma maratona que exige paciência e persistência.

A cada dia, você tem a chance de praticar a autocompaixão e o autoaperfeiçoamento, movendo-se em direção a um estilo de vida que valoriza o progresso e a felicidade acima da perfeição inatingível.

Portanto, siga em frente com coragem e otimismo, sabendo que cada pequeno ajuste no seu modo de pensar e agir pode resultar em uma transformação significativa e duradoura.