Resumo do Livro 10% Mais Feliz (Dan Harris)

O autor do livro 10% Mais Feliz é Dan Harris, um jornalista da emissora de televisão norte-americana ABC que sofreu um ataque de pânico ao vivo diante de 5 milhões de pessoas.

O colapso que Dan Harris teve foi fruto de uma longa fase em que o jornalista agiu de forma automática e impulsiva, em um momento de sua vida onde apenas pensava em progredir na carreira e viver aventuras a qualquer custo.

Mas como toda grande adversidade, esta também teve um lado bom na vida de Harris. Ele acabou embarcando em uma aventura inesperada através do mundo da meditação.

É essa história, assim como grandes ensinamentos sobre meditação, que você vai descobrir neste exato momento no resumo do livro 10% Mais Feliz.

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O Preço do Estresse

A rede de televisão ABC exigia um alto padrão de excelência de seus funcionários, assim como o chefe de Dan Harris, Peter Jennings.

Na emissora norte-americana Harris enfrentava um ambiente altamente competitivo onde os vários programas, apresentadores e executivos competiam constantemente.

Por isso Dan mergulhou de cabeça e fazia de tudo para se destacar. Harris, inclusive, chegou a fazer reportagens no Iraque, no meio de conflitos armados, por vários anos.

O psiquiatra de Harris buscava encontrar a causa de alguns de seus problemas emocionais, como a raiva excessiva.

O fato é que por conta de toda a pressão, estresse e pelos seus próprios problemas, o jornalista norte-americano se tornou viciado em drogas, principalmente em cocaína.

Religião e Fé

Após as eleições de 2004 Dan Harris foi designado pelos diretores da emissora ABC para cobrir a área da religião. Harris nunca havia sido um religioso fervoroso, porém, naquela época, entrou em contato com um pastor chamado Ted Haggard.

Nenhum contato poderia ser sido mais proveitoso para Harris. O pastor ensinou ao jornalista enxergar as pessoas de fé com um novo olhar, além de mostrar o valor de um ponto de vista que ultrapassasse o material.

Um Lampejo Espiritual

Alguns anos se passaram e, após uma cirurgia para retirar um tumor na bochecha, Dan Harris descobriu que não havia sido escalado para cobrir a posse do presidente Barack Obama.

Contrariado, Harris ficou enfurecido com sua emissora e reclamou com muitos executivos da ABC. Mas ao invés de ser escalado para cobrir a posse de Obama, Harris levou uma chamada de seus superiores.

Foi naquele momento que Dan teve o primeiro contato com Eckhart Tolle, autor do livro Um novo mundo: o despertar de uma nova consciência.

Ao ler o livro, Dan Harris refletia a respeito de Eckhart Tolle. Tolle era um gênio ou um lunático?

Ao mesmo tempo que, segundo Harris, Tolle fazia uma avaliação extraordinária da condição humana, ele não mostrava nenhum plano prático para combatermos o ego.

Tolle falava muito sobre a importância de vivermos o agora, o momento presente. Mas como viver esse momento?

A resposta de Tolle era a seguinte: “Sempre diga ‘sim’ ao momento presente.”

Mas como podemos nos libertar da voz que vive dentro de nossa cabeça? Era o questionamento de Dan. Para Tolle, devemos apenas ter consciência dessa voz.

Para Harris, mesmo que reconhecendo que toda a sua raiva não passava de um amontoado de pensamentos, o que ele deveria fazer? Somente ignorá-los?

Tolle afirmava que não há como enfrentar uma situação que só existe em nossa imaginação. E apesar de Dan Harris entender os grandes benefícios de focarmos no agora, o futuro estava chegando.

Então como ele deveria proceder?

Se ele não pensasse a respeito de cada possível problema, como ele sobreviria em um meio profissional tão competitivo?

Ensinamentos Budistas

Em meio a tantos questionamentos, Harris sabia de uma coisa: sua mente não estava trabalhando a seu favor e ficar pensando em problemas não iria levá-lo a lugar nenhum.

Um dia, Bianca, a esposa de Dan Harris, entregou 2 livros para ele de um homem chamado Mark Epstein. Naquele dia, Harris virou a noite lendo um livro de Epstein e descobriu algo revelador: as ideias de Eckhart Tolle eram amplamente fundamentadas no budismo.

Tudo que Tolle falava havia sido apresentado por Buda há 2 milênios e meio: a dificuldade em se manter presente, o pensamento repetitivo, o diálogo interno negativo, a insaciabilidade do ser humano.

Grande parte do nosso diálogo interior é feito por uma criança egoísta que reage às experiências. Não avançamos muito além daquela criança de 7 anos que vigiava quem ganhou mais.

Para Epstein, não precisamos acreditar em nenhum conceito budista para colhermos os benefícios do budismo. Antes de adotar um ensinamento budista, é preciso testar. Para Epstein, praticar o budismo era melhor do que ir a um psicoterapeuta.

Tempos depois, Harris foi a um evento em Manhattan que teria como um dos palestrantes exatamente Mark Epstein. Naquela ocasião Epstein argumentou que precisamos encontrar o nosso pior lado e entrar em contato com ele.

A atenção plena nos ajuda a examinar o que não gostamos em nós mesmos sem tentar fazer esse lado desaparecer nem tentar amá-lo.

O Retiro de 10 Dias

Conforme aprendia e entendia mais e mais sobre o mundo budista, Dan Harris decidiu se aprofundar no budismo e tomou a decisão de participar de um retiro budista. O retiro teria duração de 10 dias e seria realizado na Califórnia.

Para Dan, a primeira grande dificuldade foi seguir a rotina. Os dias começavam às cinco da manhã, seguiam com meditação, desjejum, uma série de períodos de meditação, que eram interrompidos por refeições, descanso e períodos de trabalho. Pela noite, havia uma “palestra dharma”.

Além disso, ao final da última sessão de meditação todos deveriam fazer um cântico enviando “bondade” a uma série de “criaturas”, inclusive pais e amigos.

No retiro, Harris se viu forçado a encarar de frente a “ferida da existência” e os próprios demônios internos. Ele percebeu que muito daquilo que fazemos na vida tem como objetivo evitar a dor e ir em direção ao prazer.

Porém, para Buda, ao abrirmos mão disso, podemos ser felizes antes que qualquer coisa aconteça. É uma felicidade criada por nós mesmos, sem dependermos de qualquer coisa externa.

A Virada de Chave

Para Harris, o retiro foi talvez a experiência mais difícil e ao mesmo tempo mais libertadora de sua vida. Em uma dada hora, após muitos dias de “sofrimento”, Harris conta que abriu uma chave em sua mente.

Dan conseguiu permanecer consigo mesmo, meditando, sem mais julgar os próprios pensamentos, sem mais se criticar, apenas existindo.

O Início da Meditação

Após a fantástica experiência, Harris se tornou um adepto da meditação e começou a discutir o assunto com muitas pessoas.

No começo aquilo não deu muito certo. Todos pensavam que Harris havia se tornado uma pessoa que não era normal.

Mas quanto mais Harris meditava, mais percebia que temos uma mente com paranoias particulares. Por isso ele precisava compartilhar todo o conhecimento que havia adquirido.

10% Mais Feliz

Certo dia, ao ser indagado a respeito da meditação por sua grande amiga e mentora Kris, Dan Harris disse que realizava a meditação porque isso o fazia 10% mais feliz.

O resultado ao dar essa resposta foi que, ao invés do desinteresse, Kris apresentou verdadeiro entusiasmo pelo assunto. Afinal, quem não quer ser 10% mais feliz?

Benefícios Científicos

Foi então que Dan Harris começou estudar várias pesquisas científicas a respeito da meditação e descobriu fatos surpreendentes.

A meditação é capaz de melhorar os sintomas de:

Depressão grave;
Vício em drogas;
Compulsão alimentar;
Excesso de fumo;
Estresse em pacientes com câncer;
Solidão em pessoas idosas;
Transtorno de déficit de atenção;
Asma;
Psoríase;
Síndrome do intestino irritável.

Além disso, a meditação é capaz de diminuir o nível dos hormônios do estresse, fortalecer o sistema imunológico e aumentar a concentração e o foco.

Um estudo de Harvard a respeito da meditação constatou que a prática atua positivamente nas áreas do cérebro associadas à autoconsciência e compaixão.

As pessoas que participaram do estudo meditando diminuíram a massa cinzenta em regiões que, em termos evolutivos, eram as partes mais primitivas do cérebro, as que guardam nossos instintos básicos.

Ao mesmo tempo, as pessoas que meditaram aumentaram a massa cinzenta nas partes mais recentes do cérebro, como o córtex pré-frontal, que evoluiu para nos ajudar a regular nossos instintos primitivos.

Já um outro estudo, realizado em Yale, descobriu que meditadores desativam a região do cérebro que é ativada quando permanecemos imersos em nossos pensamentos obsessivos, como quando ruminamos o passado ou projetamos o futuro.

E esse feito não ocorre apenas durante a prática da meditação em si, mas também fora da prática.

Neuroplasticidade

A velha ideia de que o cérebro para de evoluir quando chegamos em uma certa idade foi quebrada e substituída por um novo conceito: a neuroplasticidade. Ou seja, a capacidade do cérebro se modificar em resposta às nossas experiências.

Da mesma maneira que treinamos e esculpimos os músculos, é possível treinar e esculpir o cérebro através da meditação.

Bem-estar, resiliência e autocontrole não são traços inatos do ser humano, mas podemos treinar essas habilidades. É possível treinar o seu cérebro para ser mais feliz.

A partir de toda a experiência que Dan Harris viveu, ele pôde dizer que a meditação transformou e continua transformando sua vida.

Harris conta que não é fácil, mas todos os dias da vida ele medita por 30 minutos. Muitas vezes Dan não quer meditar, mesmo assim ele realiza a prática e diz sempre é muito proveitoso.