Resumo do Livro A Coragem de Ser Imperfeito (Brené Brown)

Resumo do Livro A Coragem de Ser Imperfeito (Brené Brown)

Viver é experimentar riscos, incertezas e se expor emocionalmente. Mas isso não precisa ser uma coisa ruim.

A vulnerabilidade, como muitas pessoas podem pensar, não é uma medida de fraqueza, mas a melhor definição para a coragem.

Quando você foge de emoções como medo, mágoa e decepção, você também se fecha para o amor, a criatividade e a aceitação.

Por isso, aqueles que se defendem de todas as formas dos fracassos e dos erros se frustram e se distanciam das experiências marcantes que dão significado para a vida.

Por outro lado, aqueles que se abrem para coisas novas e se expõem são mais realizados e autênticos, mesmo que sejam alvo de inveja e críticas.

Para ter uma vida plena, é preciso aprender a lidar com os dois lados da moeda.

No resumo do livro A Coragem de Ser Imperfeito, de Brené Brown, você descobrirá estratégias bem-sucedidas para a mudar a maneira como você vive e se relaciona.

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A Cultura de Não Ser Bom o Bastante

O mundo está cada vez mais narcisista. Com uma sociedade cada vez mais egoísta, a nossa primeira tendência é tentar curar quem age desta forma colocando a pessoa em seu devido lugar.

O que muita gente não percebe é que não se “cura” o narcisismo apontando imperfeições e defeitos.

Se analisar o narcisismo pela lente da vulnerabilidade, você enxergará esta prática como o medo da humilhação de ser mais uma pessoa comum. É o medo que as pessoas têm em nunca se sentirem boas o bastante, notadas, amadas ou aceitas.

Quantas vezes você, de forma inconsciente, já pensou no que poderia fazer para ter mais curtidas no Instagram ou Facebook?

A escassez, no âmbito psicológico, é a sensação de nunca ser ou ter o suficiente.

O que torna a escassez tão avassaladora em nossas vidas é a comparação que fazemos dela, em todos os aspectos, baseados em uma visão de perfeição inatingível que é propagada pela mídia.

Além disso, também nos comparamos com a visão ficcional de quanto aquelas pessoas que estão próximas de nós já conquistaram e até com a nostalgia do passado.

A escassez atua em 3 componentes:

  1. Vergonha;
  2. Comparação;
  3. Desmotivação.

O oposto de viver em escassez não é cultivar o excesso. Na verdade, os dois são os lados da mesma moeda.

O contrário da escassez é a plenitude ou o suficiente que, em essência, é a vulnerabilidade.

Isso quer dizer, enfrentar a exposição, a incerteza e os riscos emocionais tendo a certeza que você é bom o bastante.

Derrubando os Mitos da Vulnerabilidade

Mito 1 – Vulnerabilidade é Fraqueza

Este é o mito mais aceito e conhecido pela sociedade, e também é o mais perigoso.

A vulnerabilidade não é boa ou ruim, ela é o centro de todas as sensações e emoções.

Por isso, acreditar que a vulnerabilidade é uma fraqueza, é igual a acreditar que todos os sentimentos são fraquezas.

A rejeição à vulnerabilidade vem muito da associação que fazemos dela com sentimentos ruins, como decepção, tristeza, medo e vergonha.

Porém, a vulnerabilidade também é o berço de experiências e emoções que você tanto deseja. Quando você está vulnerável, o amor surge, assim como a aceitação, alegria, empatia e coragem.

Se abrir para o amor é muito incerto, é se tornar vulnerável a quem se ama. Porque você não tem nenhuma segurança de que vai ser amado de volta. Mesmo assim, você conseguiria viver sem amar e ser amado?

Esse é só um exemplo de como a vulnerabilidade pode ser positiva.

Mito 2 – Vulnerabilidade Não é Comigo

Mesmo que opte se isolar do mundo e abra mão dos relacionamentos, ainda assim estará sujeito à vulnerabilidade.

Se sentir vulnerável não é uma opção. A única escolha que você tem é de como vai reagir assim que você for confrontado com a exposição emocional e a incerteza.

Mito 3 – Vulnerabilidade é Expor Toda a Minha Vida

A vulnerabilidade é fundamentada na reciprocidade e exige limites e confiança.

Ser vulnerável é compartilhar as suas experiências e sentimentos com pessoas que conquistaram o direito de conhecê-los.

Mito 4 – Eu me Garanto Sozinho

Se garantir sozinho é uma coisa muito reverenciada na nossa sociedade.

Mas a jornada da vulnerabilidade não deve ser percorrida sem companhia nenhuma.

Todos precisam de apoio. Além disso, a coragem de enfrentar a vulnerabilidade encoraja aquelas pessoas que estão próximas de você.

Compreendendo e Combatendo a Vergonha

Todos sentimos vergonha de algo e temos medo de falar sobre ela. Aprender a lidar com a vergonha faz parte da vulnerabilidade.

As pessoas que não são prisioneiras da vergonha são, normalmente, mais comprometidas, ousadas, criativas e dispostas a tentar de novo até funcionar.

Para Brené Brown, a vergonha é um sentimento extremamente doloroso ou a experiência de você acreditar que é defeituoso e, por isso, indigno de aceitação ou amor.

Existe uma diferença entre culpa e vergonha. A culpa é quando você diz que fez algo ruim. Já a vergonha é quando você fala que é você é ruim.

Quando sente vergonha, você tem uma maior tendência de se proteger apontando um culpado, que pode ser algo ou alguém, para tentar justificar o seu erro.

Quando você se desculpa por algo ou repara um erro, a culpa, e não a vergonha, é geralmente a força que o impulsiona a mudar o seu comportamento.

Você sabe o que fazer com a vergonha?

A resposta é resiliência, que é a sua capacidade de se recuperar rapidamente de uma adversidade ou de se adaptar a uma mudança.

A resiliência tem a ver com sair de um estado de sentimento de vergonha para o afeto da empatia.

Quando compartilha a sua história com alguém que é compreensivo e se solidariza, a vergonha perde a força. Neste processo, a autoaceitação também é muito importante.

Existem 4 elementos da resiliência à vergonha:

  1. Reconhecer a vergonha e compreender seus mecanismos;
  2. Praticar a consciência crítica;
  3. Ser acessível;
  4. Falar da vergonha.

Além disso, existem 3 ações que você pode tomar para também se livrar da vergonha:

  1. Praticar coragem e se manter acessível. Compartilhe a sua experiência com alguém que ganhou o direito de ouvi-la.
  2. Conversar consigo mesmo do modo que você conversaria com alguém que você amasse e estivesse tentando encorajar no meio de um desastre.
  3. Assumir o que ocorreu.

A vergonha é alimentada pelo segredo. O professor James Pennebaker, da Universidade do Texas, concluiu a partir de um estudo que não revelar o acontecimento traumático pode ser mais nocivo do que o próprio sentimento.

Arsenal Contra a Vulnerabilidade

1. Escudo da Alegria Como mau Presságio

Numa cultura que valoriza a escassez, a alegria parece uma farsa. Sabe quando você pensa “as coisas estão indo bem, algo de errado vai acontecer”?

Isso ocorre porque a felicidade nos deixa vulneráveis.

Praticar a gratidão é um antídoto para a alegria como mau presságio, que pode ser expressa através de um diário ou em reuniões com a família.

2. Escudo do Perfeccionismo

O perfeccionismo é um desvio perigoso, que não nos leva ao sentido da vida ou aos nossos talentos.

O perfeccionismo não é uma busca pela excelência, mas um mecanismo de defesa. É a crença de que você poderá diminuir ou evitar a culpa ou vergonha, caso faça algo com perfeição.

O perfeccionismo, por si só, é autodestrutivo, já que não existe nada que seja perfeito.

Para se livrar da perfeição você precisa passar por uma longa jornada, que começa no “o que os outros vão pensar?” e chega no “eu sou bom o bastante”.

Esta jornada começa com resiliência à vergonha, aceitação e amor próprio.

Você precisa aceitar a verdade sobre quem você é, de onde veio, em que acredita e na natureza imperfeita da vida.

Pegue leve nas cobranças e aprecie a beleza de suas falhas e imperfeições.

3. Escudo do Entorpecimento

O que você faz diariamente para se anestesiar de alguma coisa? Pouquíssimas pessoas não são afetadas por algum vício.

A necessidade de entorpecimento surge da combinação de 3 fatores: vergonha, ansiedade e isolamento.

Para que você consiga combater este o entorpecimento é preciso:

  1. Aprender como realmente viver os sentimentos;
  2. Ficar atento a respeito dos seus comportamentos entorpecentes;
  3. Saber lidar com o desconforto das emoções difíceis.

4. Escudo Viking ou Vítima

Quem usa o escudo de vítima está sempre sendo passado para trás e não consegue, de maneira nenhuma, se impor.

Quem usa o escudo viking enxerga a vitimização como uma ameaça, então se mantém no controle e nunca mostra vulnerabilidade.

5. Escudo Holofote

O escudo holofote é usado quando alguém expõe a vulnerabilidade com quem não possui um vínculo genuíno.

Infelizmente, na maior parte das vezes, o uso desse escudo gera o efeito contrário daquele que esperamos porque o resultado é que os outros se retraem.

6. Escudo Invadir e Roubar

Aqui, a vulnerabilidade é usada como forma de manipulação.

Invadir e roubar significa invadir as fronteiras sociais das pessoas com informações íntimas e então roubar toda a atenção e energia possível.

7. Escudo Ziguezaguear

Nós gastamos muita energia tentando driblar a vulnerabilidade, ao invés de enfrentá-la de frente, o que custaria muito menos esforço.

Nesta forma de escudo, as pessoas tentam controlar a situação dando as costas para ela ou fingindo que ela não existe.

8. Escudo Desconfiança, Crítica, Frieza e Crueldade

Além de manter a vulnerabilidade longe, este escudo pode ser como uma arma porque fere as pessoas que estão vulneráveis, as colocando em situações complicadas.

Mudanças e Motivação

Para que você consiga criar uma estratégia de transformação eficaz e coerente, é preciso confrontar as suas virtudes desejadas e praticadas, ou seja, como você realmente vive, sente, pensa e age.

Você está vivendo de acordo com aquilo que prega?

A falta de motivação é muito comum em todos os ambientes. É comum você se desligar e deixar de se envolver com alguma coisa para proteger a sua vulnerabilidade.

A distância entre as virtudes praticadas e as desejadas é conhecida como “lacuna de valores”.

A expectativa de valores que você não consegue alcançar é uma das grandes causas da desmotivação.

Ousadia Para Reumanizar a Educação e o Trabalho

Para a sociedade recuperar a criatividade, a inovação e o aprendizado, os líderes precisam se comprometer a reumanizar o trabalho e a educação.

Isso significa que é preciso entender como o padrão de escassez afeta a maneira como trabalhamos e lideramos. Além do mais, é preciso abraçar a vulnerabilidade e reconhecer e enfrentar a vergonha.

Quando vemos que a vergonha é tratada como uma ferramenta de controle e gerenciamento, é preciso tomar providências para acabar com esta atitude.

Sem feedback não existe mudança transformadora. Quando não conversamos com nossos liderados sobre os seus pontos fortes e oportunidades de crescimento, eles começam a questionar as próprias contribuições.

Criando Filhos Plenos

Precisamos ajudar nossos filhos a entender, potencializar e aproveitar a própria estrutura emocional, ensinando-os a combater as insistentes mensagens da sociedade que dizem que eles nunca serão bons o bastante.

Para que os seus filhos se amem e se aceitem como são, você também precisa se amar e se aceitar como você é.

Como pai, a sua função é ajudar os seus filhos a enfrentarem a vergonha e desenvolverem a dignidade.

Fique atento aos pré-requisitos que de forma consciente, ou não, você está transmitindo para eles.

Além disso, combata a sensação de perfeccionismo nas crianças e nos adolescentes, ensine a importância da resiliência, da autoaceitação e de como diminuir a lacuna de valores.

Resumo do Livro A Coragem de Ser Imperfeito

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